quinta-feira, 12 de julho de 2018

políticas de design e propriedade intelectual




um dos objetivos desse blog é o compartilhamento de informações sobre a minha área de pesquisa - as políticas de design. sendo assim, divido aqui com vocês o link para o documento lançado na primeira semana de julho de 2018 pelo sebrae nacional - "políticas de design e propriedade intelectual - demandas para uma nova era":
neste documento, que organizei a partir de uma demanda do sebrae e dos resultados de um evento co-organizado com o inpi e a ompi, encontram-se diversas definições, constatações e questionamentos sobre a interação entre as políticas de design e propriedade intelectual. mais do que isso, ele reune observações e resultados de um dia de seminário internacional e mais um dia de debate envolvendo diversas instituições brasileiras, que se encontraram para discutir seus problemas, suas demandas e visões de futuro, numa dinâmica envolvente e participativa que gerou excelentes resultados.
estes resultados pretendem, acima de tudo, estimular a integração entre os segmentos envolvidos e o desenvolvimento de políticas atualizadas para o setor. já estão comprometidas com esse objetivo as diversas instituições que apoiaram e participaram do processo, e que reafirmaram esse compromisso na cerimônia de lançamento em brasília. espera-se que esse material sirva ainda de suporte didático para o avanço dessa discussão dentro dos diversos segmentos envolvidos.
bom proveito!

quinta-feira, 31 de maio de 2018

design é competitividade



a capacidade de gerar inovação - incremental ou disruptiva - através do design é uma vantagem competitiva que tem sido prescrita por diversos autores e utilizada por um bom número de países para promover o crescimento econômico nacional e regional.

pode-se afirmar que essa vantagem competitiva é reconhecida e explorada pelo menos desde o século 19. a realização das grandes feiras universais tinha o objetivo de não apenas apregoar a capacidade científica e tecnológica dos países promotores e expositores, mas principalmente de exibir sua capacidade industrial e a qualidade dos seus produtos, aprofundar relações comerciais e gerar divisas.

rui barbosa já apontava esse caminho para o brasil no início da penúltima década do século xix, ao mencionar a crescente necessidade da sociedade por produtos industrializados de melhor desenho e qualidade, enfatizando o potencial do brasil por suas imensas riquezas naturais e capacidade inventiva.

desde a metade do século xix, já se podia identificar o que viria a ser conhecido, atualmente, como uma empresa orientada pelo design. a indústria de mobiliário thonet, através de um processo tecnológico que gerou um design disruptivo e de alto valor agregado, tornou-se - e se mantém até hoje - uma empresa altamente competitiva, crescendo continuamente através de um design que passou a evoluir de forma incremental. a partir do modelo disruptivo inicial, é ainda hoje uma referência de gestão estratégica de design comparável à apple, ibm e outras.

nos anos setenta a organização das nações unidas para o desenvolvimento industrial (unido), junto com o conselho internacional de sociedades de design industrial (icsid - atualmente o wdo world design organization), editou um documento onde o design é apontado como ferramenta de desenvolvimento e competitividade econômica. dirigido especialmente a países periféricos, o documento propõe um modelo de gestão de políticas públicas de design para promoção do desenvolvimento que serve de referência ainda hoje, passados mais de 40 anos.

organismos internacionais como a oecd, a comissão europeia e o fórum econômico mundial, economistas como michael porter, o estrategista de gestão philip kotler ou ainda o presidente do wef klaus schwab identificam o design como poderosa ferramenta de competitividade - e não apenas no nível dos produtos, serviços e empresas, mas como alavanca de desenvolvimento econômico de países ou regiões. pesquisas que acompanharam o desempenho de empresas orientadas pelo design ao longo de dez anos apontam um crescimento no valor dessas empresas que supera em mais de 200% o crescimento médio do índice s&p.

não há dúvida portanto que o design é hoje ferramenta indispensável que deve constar, de forma eficientemente estruturada, do repertório das políticas de desenvolvimento econômico e industrial do governo em todas as suas instâncias, a exemplo dos países de mais elevado índice de competitividade.


[ esse texto foi produzido em abril de 2018 a pedido da secretaria de desenvolvimento e competitividade industrial do ministério da indústria, comércio exterior e serviços ]